segunda-feira, 23 de maio de 2011

Nós e os japoneses


     Fui numa festa da escola municipal onde minha esposa trabalha neste sábado passado, dia 21 de maio. Antes dessa escola ela trabalhou em outra, também do município, que, a princípio, deveria ter as mesmas condições da que ela está. Não tem!
     É espantoso o que uma pessoa unicamente pode fazer para mudar o mundo. O mundo não é o planeta terra inteiro e todo ao mesmo tempo, é o mundo que está ao seu redor. Se cada um fizer a sua parte, simplesmente fizer o que tem que fazer já é o suficiente para transformar a realidade dura em que vivemos num lindo sonho real, uma quase utopia.
     Na outra escola minha esposa trabalhava incansável tentando mudar a mentalidade dos que a rodeavam, suas colegas e famílias, mas elas estavam na chamada "situação de conforto" onde não se faz nada para não aumentar ainda mais o que se tem pra fazer. Questiono-me, como é habitual, quem foi que criou este conceito ridículo e absurdo.Será que estas pessoas que pensam assim não tem vontade nenhuma de melhorar ou de ver melhorar a vida de quem as rodeia, suas famílias, amigos, vizinhos.
     Nesta escola onde minha esposa trabalha, a diretora é rigorosa, cobra o tempo inteiro que o trabalho seja feito e de forma apropriada. Ela mesma também faz seu trabalho com o rigor que cobra das demais educadoras. Busca de todas as formas melhorar ainda mais a qualidade do serviço prestado as crianças e a comunidade. Bonito de se ver, dá vontade de ajudar, acredito que não só a mim, mas também aos demais que a rodeiam. Minha esposa comentou que um pai que estava ali na festa costuma executar consertos nas dependências da escola, é disso que se precisa.
     Chega de ficar esperando que governo federal, estadual ou municipal façam tudo que for preciso, nós mesmos podemos dar nossa colaboração e fazer de nossas escolas, comunidades, lugares melhores.
     A educação é tudo. O professor é a peça fundamental para o mundo, é dele que vem praticamente todo o conhecimento, dele e de nossas famílias.
     Devem estar perguntando porque o título deste post é "Nós e os japoneses", é que comentando sobre isto tudo que falei, disse que admiro o povo japonês porque eles sabiam e agiam assim desde a origem de sua cultura, sempre trabalharam para o bem comum. Tipo "Os Três Mosqueteiros": "Um por todos e todos por um".
     Alguém me disse estes dias, durante aquelas catástrofes naturais e tecnológicas que aconteceram no Japão: "como pode alguém continuar trabalhando nestas áreas radiotivas como se nada houvesse, eles não tem medo de morrer?!" A resposta é simples, pelo menos na mentalidade super evoluída dos japoneses, alguém tem que fazer o trabalho, muitos dependem da continuidade do que fazem, então continuam suas atividades, é preciso.
     Precisamos desta mentalidade, precisamos fazer a nossa parte, vivemos num país maravilhoso, onde as catástrofes nem se comparam como as de outros países e mesmo assim muitos perdem suas vidas por falta de auxílio numa simples enchente, num vendaval. Somos irmãos, não inimigos, devemos também trabalhar para o bem comum, o bem comum é o nosso bem.
     Estou fazendo a minha parte, estou ajudando minha esposa a fazer a dela também, ensino a meus filhos que fazer o certo não é uma opção, é obrigação. Não estou fazendo uma favor à alguém fazendo meu próprio trabalho, faço porque tem que ser feito. Ajudo a todos que me rodeiam, de uma forma ou de outra, isso é ser humano.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

SOMOS IGUAIS PORQUE SOMOS TODOS DIFERENTES


     Nossas diferenças nos fazem únicos, especiais. Costumamos nos classificar por nossas diferenças, nos dividir, muitas vezes discriminar - mas o que tem de mais bonito na raça humana é a diversidade - cor, tamanho, peso, crédulo, idade, sexualidade...
     Aprendemos uns com os outros, crescemos com a experiência.

domingo, 8 de maio de 2011

FELIZ DIA DAS MÃES

Parabéns para estas mulheres maravilhosas que dedicam suas vidas a seus filhos!
Beijos no coração, especialmente para minha mãe e minha esposa - duas mães fantásticas!

sábado, 7 de maio de 2011

TAREFAS DIFÍCEIS


Dentre tudo que já fiz na minha vida, sem margem para dúvida, educar um filho é a mais árdua das tarefas.
Primeiro porque nós mesmos, muitas vezes, não sabemos que caminho tomar, então como indicar a alguém que amamos o caminho. É como um cego guiando outro, sem bengala, num labirinto sem fim. Falar a verdade minha afirmação não poderia ser mais brilhante, modéstia a parte.
Realmente somos cegos num labirinto sem fim - não importa qual rumo tomamos, quais decisões, quem nos acompanha, estamos sempre na mesma direção, a gente anda, anda, anda e acaba sempre no mesmo lugar - talvez porque o mundo é redondo, talvez porque pensamos estarmos andando e na realidade ainda estamos inertes no mesmo lugar.
A vida é uma ilusão. Só a morte é certa, isso pelos princípios que nos ensinaram desde pequenos - será que é verdade?!
Parece loucura minha divagação, mas quem diz que tudo que conhecemos não passa de um simples devaneio de uma mente adormecida.
Gosto de pensar que o que importa na minha vida é tentar sempre fazer o certo, mesmo que para isso sofra martírios, tenha como retorno injustiça.
Quando faço o certo é porque é certo, não faço esperando reconhecimento, agradecimento, uma vaga no céu. Não tenho tantas pretensões. Meu Pai Celestial tem seus planos para mim já traçados, sou um personagem na história que Ele está escrevendo ou já escreveu. Então vivo meu papel como acredito que ele tenha sido feito para mim. Acho que sou um dos mocinhos.
Como Davi, praticamente insignificante, mas que para Deus era um herói - sem superpoderes, sem armas mirabolantes, sem conhecimentos marciais, apenas munido com sua fé venceu o Grande Golias.
Esta semana comentei com um amigo que meu maior medo seria enlouquecer.
Talvez porque ao tentar entender o mundo minha cabeça fique mais e mais confusa a cada dia.
Parece que o mal toma força, que o bem não consegue se reerguer. É miséria, mentira, traição, fome, doença, exploração se espalhando por toda parte. Tem dias que minha vontade era não sair de casa, noutros era de me isolar de tudo e de todos num lugar bem distante. Então enfrento meus medos, entrego minha vida pra Deus, é dEle mesmo, e sigo meu caminho - trabalho, casa, família. Nada para porque estou num momento de aflição ou desespero, continua e eu vou ficando para trás.
Tento passar uma mensagem de fé, bom comportamento - ser um exemplo para meus filhos. Nem sempre tenho sucesso, mas não desisto, insisto...
Deus e ninguém mais, sabe de meu esforço, a mim isso basta. Não preciso provar nada a ninguém, como já disse: faço o certo porque é certo - mesmo que muitas vezes eu erre, errei tentando acertar, porque naquela hora parecia ser o correto.
Mesmo assim como muito, durmo de menos, falo e me preocupo demais - sei que estou errado nisso, mas meu corpo não me obedece, minha mente também não.
Sinto saudade de minha avó Olália, amanhã é dia das mães, ela sempre foi meu porto seguro, quando me sentia perdido pensava, tenho minha amada vózinha para me amparar - como uma criança buscando conforto nos braços dos pais. Desde que foi para junto de Deus deixei de ser criança, meus sonhos praticamente sumiram, minha esperança em um mundo melhor já não existe.
A inocência perdida é a pior dor de uma vida, quando se deixa de ser criança e se enfrenta a realidade se vê toda a maldade, a alma escurece, o coração empobrece - e o frio toma conta de tudo.
Mas meu Pai me quer aqui, então continuo até me tornar digno de estar ao Seu lado.
Tentarei mudar o mundo apenas com amor...
Discuti hoje com alguém que dizia que eu deveria procurar algo maior profissionalmente falando, fazer novos concursos - talvez um cargo. Falei que meu trabalho era ótimo e que o que ganho é suficiente, apenas preciso gastar menos. Falei também que tenho orgulho de dizer que para chegar aonde cheguei não pisei em ninguém, ganho meu salário honestamente, sempre que posso faço algum extra com a minha arte e os dons que Deus me deu. Mas normalmente os utilizo só para trazer um pouco mais de beleza ao nosso mundo.
Viver, criar filhos - as duas tarefas mais difíceis.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

EDUCAÇÃO NO BRASIL - SEMPRE DIFÍCIL PARA OS PROFESSORES


ZH - 28/04/2011: Supremo mantém mudança nas jornadas de professores

Secretário e Cpers divergem sobre forma de cumprimento das horas asseguradas para planejamento

Estados e municípios sofreram ontem uma nova derrota no Supremo Tribunal Federal (STF). A Corte manteve a regra que garante aos professores da Educação Básica o direito de ficar fora da sala de aula durante um terço da jornada de trabalho para planejamento de aulas e aperfeiçoamento profissional. Embora a medida ainda possa ser rediscutida pela Corte, a polêmica entre governo do Estado e Cpers-Sindicato é o local em que esta carga horário deverá ser cumprida.

Apesar de o Estado ter movido ação contra a medida, o secretário da Educação, Jose Clovis Azevedo, apoia a existência de atividades extraclasse, e salienta que o cumprimento deve ocorrer dentro das escolas, e não em casa.

Ah tá! Primeiro este governo que se diz pela educação entra com uma ação contra a medida que garante aos professores 1/3 de seu horário para planejamentos. Não obtendo êxito, continua a querer infernizar a vida dos professores - que até então fazia estas atividades sem qualquer pagamento, ocupando o tempo que tinham  com a família para garantir seu bom desempenho - em pesquisas e planejamentos.

Para o secretário, o bom aproveitamento do horário fora das salas de aula passa pela conscientização de que o período tem de ser de trabalho. Para tanto, deve ser cumprido dentro das escolas, que devem oferecer locais para os professores passarem esse tempo de planejamento ou aperfeiçoamento.

Além de mal intencionados, são burros, o fato de os professores terem que utilizar este tempo para planejamentos nas escolas, acarreta mais despesas - água, luz, além de espaço físico próprio, o que, sabemos, afinal não é nenhum segredo, falta e muito nas nossas escolas até para as crianças. 
Isso acarretaria também um ônus desnecessário para os professores, com transporte, e tomaria mais tempo no deslocamento.
– Essa legislação, se bem aproveitada, será positiva. Não é um tempo de ócio ou lazer, e deve ser cumprido em local de trabalho. A escola tem que se preparar para ter esse espaço para os professores – afirmou.

Presidente do Sindicato dos Professores do Rio Grande do Sul (Cpers), Rejane de Oliveira criticou a posição de Azevedo. Segundo a dirigente, a lei aponta que o professor deve passar dois terços da sua carga horária com o aluno e um terço em hora-atividade. Na avaliação de Rejane, isso pode inclusive ocorrer na casa do docente, onde ele acumula o material das aulas.

O secretário garantiu haver um plano de abrir concurso público, no segundo semestre deste ano, para suprir o Estado de professores, possibilitando, no ano que vem, o cumprimento da jornada extraclasse. Rejane ressaltou que a realização de concurso é compromisso firmado com a categoria no início do ano.

Conforme estimativas recentes da Confederação Nacional de Municípios (CNM), com a confirmação do direito dos professores de gastar parte da carga horária com atividades externas, as prefeituras terão de contratar mais 180 mil profissionais para assegurar aos estudantes quatro horas diárias em sala de aula. Isso representará um impacto de R$ 3,1 bilhões nas contas dos municípios.

O julgamento de ontem no STF terminou empatado em cinco a cinco. Nesses casos de empate, há um entendimento do STF segundo o qual a ação deve ser julgada improcedente. Por isso, o assunto poderá ser debatido de novo, no futuro, caso outros Estados ou municípios entrem com ações na Justiça.


Fonte: Jornal Zero Hora - 28/04/2011

Ser professor num país como o Brasil ainda é um ato de doação incondicional - não há respeito, os salários continuam baixos, as atividades extraclasse não são consideradas como trabalho.
Além do tempo em que passam na escola e em outra atividades relacionadas diretamente ao ensino, abdicam do convívio de suas famílias para dedicarem-se a planejamentos, pesquisas e projetos.
Atualmente está sendo questionado, inclusive no judiciário, a inclusão das atividades extraclasse na carga horária semanal. Discute-se onde deve ocorrer esta atividade.
Uma opinião: para evitar maiores prejuízos para os professores, bem como para a instituição de ensino, estas atividades deveriam ser feitas em casa - proporcionando assim uma redução de despesas com transporte, luz, água, espaço próprio.
Vem um questionamento prático: O tempo destinado à atividades extraclasse será mesmo utilizado para este fim? Simples, basta que Diretores(as), Supervisores(as), Pais e responsáveis cobrem o desempenho deles em suas atividades. Não é justo que o bom profissional pague pelo ruim.
Quem sabe com mais incentivo e cobranças até mesmo aqueles que já não se dedicam como deveriam voltem a se estimular, a amar aquilo que fazem - porque o PROFESSOR é um idealista, um sonhador que busca realizar seu sonho. Sonho este que não poderia ser mais bonito: UM MUNDO MELHOR! Porque só através da educação podemos acabar com a violência, a fome, a doença e tantos outros problemas que nos afetam.